quinta-feira, 13 de março de 2014

Pior não foi a derrota do Botafogo, mas como ela veio...

Independiente del Valle 2-1 Botafogo – Libertadores da América:
A chuva torrencial, deixando o gramado pesado, e as expulsões no fim, foram fatores da derrota. Mas não explicam tudo

A derrota do Botafogo no Equador foi ruim, mas não desesperadora. Campanha com uma vitória em casa, empate e derrota fora, não é para se desprezar. Mas o que mais me intriga como o time de Eduardo Húngaro vem jogando.


Quando chegou ao comando do Glorioso, Húngaro me chamou a atenção como falava de futebol. Sua proposta de ter Bolatti como primeiro volante, e armando o time de trás, em um 4-1-4-1 me parecia bem razoável e interessante ver como se desenrolaria o esquema. Guardadas as diferenças de esquemas táticos e proporções, estava muito afinado com o que vem se fazendo pelo mundo a fora. Pirlo na Juventus, atrás de Vidal e Pogba, é o exemplo, já, clássico. Mas Thiago Motta no PSG, atrás de Verratti e Matuidi, faz um pouco isso; Lahm foi deslocado por Guardiola para o meio de campo também para cumprir essa função, também no 4-1-4-1. Enfim, seria interessante um técnico em começo de carreira que ousaria taticamente e na proposta de jogo.

Mas essa idéia de Eduardo não durou mais do que um ou dois jogos, e logo estabeleceu-se outro modelo. Contra o Independiente del Valle e na maioria das outras partidas, Botafogo tinha um 4-4-2, ou 4-2-2-2, ou 4-4-2 em quadrado. Como quiser. Fato, é que tinha Gabriel e Marcelo Mattos como volantes, Lodeiro e Jorge Wagner como meias, Wallyson e Ferreyra na frente. Ainda que o time por vezes se defendesse no 4-2-3-1 com o retorno de Wallyson, ora pelo meio, ora por uma das pontas; o alvinegro atacava sempre na formação anterior.

Essa formação gera dois problemas. O primeiro e que mais prejudicou os brasileiros foi a compactação. A equipe botafoguense parecia estar com quilômetros de distância entre os setores, o que, claro, prejudicava a marcação, mas sobre tudo não ajudava na transição ao ataque. Por jogar fora de casa, e ter pela frente um time bem solto, o contra-ataque seria arma fundamental. Além da imposição técnica no campo de ataque, que era possível. Independiente del Valle já tinha mostrado na partida contra a Union Espanhola, e que empatou em 2 a 2 no mesmo estádio, que atuava com duas linhas de quatro homens, e seus meias abertos muitas vezes avançavam como pontas. O que em contra golpes poderia ser mortal para os equatorianos. Mas faltou organização aos homens de General Severiano.

Como disse no início, a campanha não é péssima. E também não sou daqueles que acham que os time brasileiros tem que vencer todo em qualquer time de fora, pois diz o dito popular de são fracos, exceto Bocas, Velez e Peñarois; mas na maioria das vezes nem os conhecemos. Muito menos imagino ou quero dizer que Eduardo Húngaro é um técnico ruim, mas é provável que a avaliação da comissão técnica não seja de desempenho satisfatório, e gostaria de entender o que se passa.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
Facebook.com/CampoeBola
Twitter.com/CampoeBola

Nenhum comentário:

Postar um comentário