quinta-feira, 20 de março de 2014

Giggs desfile, Rooney trabalha e van Persie decide...

Manchester United 3-0 Olympiakos – Champions League:
Estive em pensando durante o jogo: Rooney observe Giggs, no fim da carreira você vai atuar como ele

Era difícil imaginar que o United virasse o confronto contra os gregos. Obviamente não pelo placar, mas pelo que o time vinha jogando. Leonardo Bertozzi na transmissão fez uma comentário muito pertinente, que os jogadores tinham que chamar a responsabilidade. É a pura verdade, e em muitas das minhas analises não levei isso em consideração. Em uma equipe com nomes de tal calibre não poderia recair as responsabilidades apenas sobre Moyes, que tem uma das tarefas mais difíceis do futebol atual, substituir Ferguson, e também sua parcela no momento da equipe.


O clima em Old Trafford foi outro, não só nas arquibancadas. Jogadores dos Red Devils sentiram o jogo, sentiram a responsabilidade. Exemplos disso foram os laterais Rafael e Evra, o brasileiro que nunca se firma como bom lateral que tem potencial para ser e o francês passava por temporada muito ruim, por vezes até no banco de reservas para ter um titular improvisado em sua posição. Os dois desfrutaram do doping natural de um confronto tão importante, e não tiveram overdose, com pilha exagerada.

Parte foi motivação, parte foi organização. Muitas vezes tenho divergência na avaliação que o Manchester atua no 4-2-3-1, enxergo um 4-4-2 em linha com Rooney voltando para armar o jogo. E digo isso com base na movimentação dos meias externos, que tanto na marcação como no ataque tem movimentação mais curta, de meias, e não como pontas que recuam para marcar. Mas na partida contra o Olympiakos essa dinâmica foi diferente, Rooney atuou bem atrás, com Valencia e Welbeck espetados nos flancos. Muitas vezes Wayne estava com Giggs e Carrick dando combate defensivo no meio de campo enquanto os wingers não recompunham tanto. Rooney foi líder da partida em roubadas de bola, com 5 desarmes, e dribles, 6. O camisa 10 combatia e roubava atrás para avançar, driblando, e levar a bola ao ataque.

Além de Rooney, fundamental para a vitória foram van Persie e Giggs. O holandês por motivos óbvios, meteu os três gols. E o galês pela organização e experiência que deu ao meio de campo. No primeiro gol, lançamento lindo de Giggs para van Persie que sofreu pênalti e converteu. No segundo outra pintura de bola longa de Giggs que parou em Rooney, que assistiu van Persie para marcar. E no terceiro, o artilheiro balançou as redes de falta. Olhando a fixa e sem assistir o jogo, Giggs poderia passar desapercebido. Mas fez as assistências invisíveis dos organizadores de meio de campo, no melhor estilo Xavi ou Iniesta.

Camisa pesa? Pesa. E depois de uma vitória dessas ainda mais, os adversários desse gigante inglês ficaram no mínimo apreensivos para o confronto, que antes poderia ser comemorado no sorteio.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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