terça-feira, 25 de março de 2014

O campeão de tudo, dirigido por Guardiola, não podia ser menos...

Herta Berlin 1-3 Bayern de Munique – Campeonato Alemão:
"Só pegou time de craques", "Quero ver aqui no Brasil", "Com essa grana até eu", e outras pérolas podemos ouvir quando se fala da grandeza de Guardiola e sua ainda curta carreira. Parem com isso!

Guardiola chegou ao Bayern campeão de tudo, essa era frase mais falada quando anunciado como substituto de Heynckes, antes da gestão do antecessor terminar e colocar nas prateleiras do time bávaro a taça da Champions League junto com as da Bundesliga e Copa da Alemanha. E o que o espanhol fez? Logo de cara, mudou tudo no Bayern.


Ficou para trás o 4-2-3-1 de tanta intensidade que superou o próprio Barcelona de Guardiola, que já não tinha mais Pep no comando desde o começo da temporada. Ok, não era o Barça de Pep, mas seu filhote. O novo treinador chegou e armou seu 4-1-4-1, obviamente com inspiração no equipe catalão que montou, mas com menos cara de 4-3-3. Não só alterou a forma do time jogar, trouxe um homem de confiança para o grupo. Em seu novo esquema, Guardiola colocou Thiago Alcântara, oriundo das canteras catalãs, para ser seu cabeça de área. E com a contusão precoce do filho de Mazinho, fez uma das alterações mais curiosas de sua carreira. Sacou Lahm da lateral direita, posição em que pelo menos estaria no Top 5 do mundo, para ser o 1 entre as duas linhas de 4, e organizar o time de trás.

E a temporada de desenrolou, as vitórias vieram. Mas não sem contestação. No primeiro momento foi muito comentado que o time já era campeão e que seria arrogância mudar o esquema de jogo, que queria se livrar de Heynckes e seu legado, e também que os jogadores não entendiam o que ele queria, ou mesmo não concordavam. O tempo passou, e mesmo sem a temporada terminar, parece que Guardiola tem o time em suas mãos, e já começa a “carrossear” (verbo para transformar em carrossel, que acabei de inventar).
De poucos jogos para cá, Pep tem preterido seu 4-1-4-1 para ter um 4-2-3-1, mesmo esquema tático de Heynckes. E as variações de um esquema para outro, com a bola rolando, são muito naturais. Inclusive quando encaixa Lahm como libero em uma linha de três zagueiros para fazer a saída de bola.

Na partida que sagrou os bávaros como campeões da Bundesliga, Pep mudou de novo. Manteve a linha de quatro defensores, com os três volantes, Lahm, Schweinsteiger e Kroos, a frente deles. Mas na frente, não teve dois pontas abertos e voltando para marcar pelos extremos formando a linha de quatro meio-campistas com os volantes de saída. Tinha sim três na frente, alternando muito de posição, mas preferencialmente com Muller pela esquerda, Gotze no meio e Robben na direita. Mas ao invés de Muller e Robben darem profundidade pelas pontas, os três atuavam mais por dentro, e sempre um deles buscando a posição de armador central, o 10. Função essa, que no papel não existia, mas que era cumprida por um desses três, em rodizio. A profundidade era dado pelos laterais. Guardiola parece ter definido as funções que queria que fossem cumprida, e disse: Ocupem como quiserem! A definição dessa forma de jogar carece mais argumentos e reflexões, mas ficaram para outro texto.

Enfim, as mudanças seguem e parece que Guardiola fica cada vez mais à vontade. A crônica que brinda o campeonato alemão conquistado pelo Bayern gira entorno do treinador, porque esse que escreve adora tática e também por ser o “fato novo”, assim como a ausências de um jogador que se destaque na “multidão” de excelentes jogadores, como: Robben, Ribery, Mandzukic, Schweinsteiger, Kroos, Alaba, Lahm, Shaqiri, Thiago, Dante e outros. Bayern campeão da Bundesliga, poucas coisas são mais incontestáveis.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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