segunda-feira, 17 de março de 2014

Muitos fatores mudaram para a construção da goleada do Barça...

Barcelona 7-0 Osasuna – Campeonato Espanhol:
Não fosse pelo golaço de Iniesta batendo de fora da área, e suas duas assistências, os irmãos siameses que organizam todo o Barcelona passariam invisíveis pelas estatísticas da partida. Mas foram fundamentais para a goleada

Conforme os gols iam saindo na goleada do Barça fiquei imaginando um manchete que seria das mais oportunistas do fim-de-semana, apesar de não mentir. “Com Neymar no banco, Barcelona goleia”. Foi isso que aconteceu? Foi, mas não por isso que aconteceu.


Antes de tratar do que acredito ser o principal motivo da goleada catalã, vale dizer o quão importante é uma vitória consistente dessas, mesmo que contra um frágil adversário, antes do grande clássico da Espanha. No domingo teremos Real Madrid x Barcelona, é certo que isso já se basta, mas é a grande chance do Barça voltar para o disputa do campeonato, é o último confronto direto contra os merengues. Mesmo vencendo, Barcelona terá que contar com um tropeço dos blancos, que já enfrentaram o Atlético em duas partidas, que seria um duelo onde deixaria pontos pelo caminho, como deixou. Imaginemos um cenário, Baça vence o Real, e Atlético confirma 3 pontos na próxima rodada. Real Madrid com 70 pontos, Atlético 70 pontos e Barcelona 69; faltando 9 jogos para cada até o fim do campeonato. Cada jogo será sensacional até lá.

Mas voltando a peleja. Muito mais importante que Neymar estar no banco foi Fabregas estar por lá. Obviamente que não por Cesc, que é excelente jogador e foi importantíssimo para o Barça na longa ausência de Messi dos gramados. Mas a grande questão é que Martino, e acho que nenhum outro, achou posição para ter Fabregas, Xavi e Iniesta juntos no time titular. E porque, com Fabregas em campo ele, ou Iniesta, é deslocado para o ponta esquerda. Entortando o equilibrado esquema tático barcelonista, que mesmo tão vitorioso, engessa muito o trabalho dos treinadores.

Barcelona sempre enfrenta defesas entrincheiradas em sua área, e seu grande desafio, além de ter a posse de bola, é furar a retranca rival. Uma das armas para transpor as defesas é a profundidade pelas pontas, ou mais: pelas DUAS pontas. E que se perde quando Fabregas, ou Iniesta, meias, se posicionam por ali. Não adianta o Barcelona ter um lado forte, as defesas irão girar para lá e congestionar o setor. O importante é ter os dois lados agudos para espalhar os inúmeros marcadores que terão pela frente.

Vejamos os dois primeiros gols que abriram a goleada. No primeiro, jogada de Pedro pela esquerda que recua com Xavi para abrir em Alexis, e o chileno na direita cruzar para Messi marcar. No segundo, Jordi Alba pela esquerda cruza para Alexis, pela direita, marcar. São os dois lados atacando juntos.

Mas como disse, esse, apesar de importante, é um dos aspectos do modelo de jogo do Barça. Outro são os organizadores, Xavi e Iniesta. Nesses mesmo dois gols citados, as enfiadas que proporcionaram as assistências são dos dois. Os craques são parte fundamental do esquema e parecem retomar sua melhor forma. Ah! Tem um outro pequenino fator: Messi. Enfileirou três gols e foi a 31 na temporada, no mínimo conturbado, que vem atravessando.

Só para concluir. Neymar ficou no banco, mas outros fatores muito mais importantes que esse mudaram para a alta no desempenho azul e grená. O craque brasileiro acrescenta ao Barça tendo ofensividade, jogadas individuais e profundidade pelas pontas. Para exercer outro papel, não há espaço para ele. Pelo menos no desenho atual, e aparentemente eterno, do Barcelona.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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