Real Madrid 3-4 Barcelona – Campeonato Espanhol:
Melhores em campo, cada clube com seu argentino
O clássico em si já é um evento especial, com a possibilidade
de mudar o rumo do campeonato é ainda mais, com as forças igualadas mais ainda!
Se algum tempo atrás, Barça era a máquina que vencia tudo na Europa e Real o “desafiante”,
não pela história, mas pelo momento, dessa vez a correlação de forças entre os
dois se equiparava. Barcelona teve sensível queda de rendimento na atual
temporada, e o Madrid depois que Ancelotti achou a forma em que vem atuando
cresceu muito de rendimento. Confesso que esperava uma vitória dos blancos, não
seria fácil, claro, mas era o que imaginava.
Nos tempos de Mourinho a frente do time, na maioria das
vezes quem se modificava para encarar os catalães eram os madridistas. Não
dessa vez, Ancelotti não mudou sua proposta de jogo, e Martino fez suas
adaptações, começando por inverter Pique e Mascherano. Imagino que para ter
velocidade do argentino na cobertura à Cristiano e o espanhol, mais forte,
junto a Benzema. Uma opção de Tata, que não chega a ser uma mudança, já que
muitas vezes ocorre, é a presença de Iniesta como ponta pela esquerda, para ter
Fabregas e Xavi na organização. E ele que abre o placar em lindo passe de
Messi, que o achou sozinho por ali. Passe de Messi, além da precisão técnica
tem um fator tático importante. Martino não alterou o 4-3-3/4-1-4-1 quase imutável
do Barça, mas muitas vezes se viu Fabregas adiantando combinado com o recuo de
Xavi que se alinhava à Busquets. Essa movimentação fazia muito sentido, já que
encaixava o setor de meio de campo, um triangulo alto dos de branco e um baixo
azul e grená. Modric bateria com Busquets, Di Maria com Xavi e Xabi encarando
Cesc. Mas o fator de desequilíbrio era exatamente o mais perigoso. Com esses
enfrentamentos, quem sobrava era Messi, e sua flutuação característica de “falso
9”, da referência para a meia direita. É lá que recebe e é lá que assiste
Iniesta.
A opção de ter o camisa 8 aberto na esquerda, resulta em
parte do gol inicial. Mas também é o pecado que viria a seguir. Uma das minhas
maiores críticas a essa opção de Martino é ofensiva, mas que na partida teve consequências
defensivas. No ataque, ter Iniesta como ponta entorta o time que sempre procura
as ações pelo outro lado, onde tem um atacante mais agudo, no caso Neymar. Ter
os dois lados levando perigo é fundamental ao Barcelona, abre espaços, espalha
a defesa. Ter o adversário atento ao lado direito do ataque não só prejudica ao
Neymar, mas principalmente Messi, que sempre preferi circular por ali. Neymar
não é um marcador, mas pode, e deve, tranquilamente ajudar na marcação ao
lateral adversário, porém com Iniesta do outro lado é natural pensa que ficará
mais e Andres recomponha.
E por onde é a saída mais forte do Real? Justamente no setor
de Daniel Alves e Neymar. Di Maria é ponto fundamental da forma de jogar do
Madrid, posicionado ao lado de Modric, como volante de saída, e a frente de
Xabi Alonso na cabeça de área. O argentino é quem dá volume ofensivo ao time, e
sua saída é muitas vezes abrindo pela esquerda do ataque e Cristiano Ronaldo
infiltrando-se na área. E assim nasceu a virada, Di Maria, por duas vezes, cruzou
para Benzema marcar dois e virar o jogo. Barça ainda empatou com Messi, após
Neymar perder a bola na área e sobrar para ele, que tinha muito espaço em
campo, mortal.
O segundo tempo e a decisão da partida foi de pênaltis.
Primeiro Daniel faz falta fora da área em Cristiano Ronaldo, e o juiz marca penalidade.
CR7 converte. Depois o mais grave, Sergio Ramos derruba Neymar, que queria
muito ser tocado, e atrasa a passada para isso, além de colocar a bola na marca
do cal e Messi guardar, Ramos é expulso. Para passar a régua, Iniesta também é vítima
de falta dentro da área, Messi mais uma vez converte, anotando seu terceiro gol
na partida. Dos três lances, claramente em Cristiano Ronaldo não foi, os outros
dois são bem mais discutíveis. Os contados existem, mas a vontade de desabar de
Iniesta e Neymar é muito grande. Uma pena a decisão de uma partida tão boa ser
por erros ou acertos de arbitragem. Mas nesse espaço discutimos além disso.
Jogo surpreendente, que só não foi ainda mais sensacional pelas partidas
apagadas de algumas estrelas, como: Cristiano Ronaldo, Bale, Neymar e Xavi. Mas
nem todos poderiam brilhar juntos, a bola era só uma.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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