Tite, Corinthians e Mano:
O caso não é simples, e de nenhuma forma tenho posições
determinantes. Mas gostaria de pensar sobre, com alguns argumentos e
possibilidades, de acertos e erros. De cara digo, sem pretensão de ser dono da
verdadeira resposta, que não concordo com a saída de Tite do comando do
Corinthians, ou do maior técnico da história do time alvinegro. Reluto em usar a
alcunha, por não me julgar na posição de tal afirmação, mas que vinda de gente
muito mais vivida e experiente no futebol parece ter lá suas razões.
Tite teve uma passagem brilhante pelo Corinthians, campeão
de tudo que disputou. Mas tenho sempre medo do endeusamento depois da “morte”.
Chorão, vocalista da banda de rock Charlie Brown Jr, era legal mas não era um
gênio. Chico Science era ainda mais legal, mais ainda assim não era um gênio.
Enfim, é possível entender, relevando gostos pessoais, o que quero dizer.
Das mesma forma que Adenor ganhou a Libertadores e o
Mundial, caiu contra o Tolima, e principalmente não consegue fazer o time
reagir no Brasileiro atual, e no de 2012. No jogo de ontem no Pacaembu, além de
mostrar a imensa gratidão que a Fiel tem com o treinador, a partida desnuda os
motivos que a diretoria não o escolheram para ser o técnico em 2014. O time não
reage! E não jogou nem por ele! Mas o que deve ser lembrado pela torcida
corinthiana não é isso. E sim do técnico dirigindo o time das numeradas do Pacaembu,
depois de ter sido expulso, e torcedores em volta pedindo silencio para que o
comandante pudesse ser ouvido do campo. Cena épica! Ou também no comportamento
de Tite, e de Edu Gaspar, na tragédia de Oruro. Comportamento dos dois que
aliviou bem a barra da instituição Corinthians diante de tal erro de seus
torcedores (sobre as prisões já me manifestei completamente contrário, mas não
é o foco aqui).
É muito difícil para nós, que não estamos entre os muros,
avaliarmos o que deve ser feito ou não. Mas é possível termos opinião e saudável
discutirmos. Vejo que o melhor dos mundos seria manter o atual técnico, e em
base uma conversa profunda sobre o balanço do ano, chegar a medidas para
avançar no ano que vem. Minha maior crítica ao técnico é que tenha ficado refém
do esquema tático, e muito dependente da intensidade que já não tinha mais.
Esse grupo já era diferente do campeão de 2012, mais técnico, menos intenso.
Sempre achei que um 4-4-2 em linha resolveria os problemas, mas enfim.
A chegada de Mano Menezes é uma decisão ainda mais
espinhosa. O último técnico que fez sucesso no clube foi ele. E vale dizer que
no ano da virada, do acesso e dos primeiros anos da administração de Andres,
ele estava no comando e ainda que distante no tempo deu base para o equipe que
viria a se formar com Tite. Mas o treinador vivi momento complicado na
carreira. Vejo que fez bons trabalhos na seleção brasileira e no Flamengo,
arrumou a casa e vinha organizando. Mas nos dois casos, o time jogou mais com a
sua saída. Mas também com base no seu trabalho. Vejo em Mano, que tenho
profunda admiração e carinho especial, uma dificuldade em vencer. Ele vence,
claro. Sua passagem pelo Corinthians é prova disso, campeão da Copa do Brasil,
com o primeiro 4-2-3-1 a que me atentei na vida, e logo em seguida tivemos a
Copa da África do Sul que chancelou o esquema da moda. Mas a mesma passagem tem
fracassou como na final da Copa do Brasil para o Sport, de Carlinhos Bala, e a
queda na Libertadores, como o gol de Vagner Love.
De qualquer forma é um assunto complexo, e de muitas respostas
possíveis. Fato é que o Corinthians, como gestão, mostrou de novo uma postura
mais moderna. Não mandou seu técnico embora por uma série de derrotas, ou
empates, e nem por pressão da torcida. Avaliou ao fim da temporada que o ciclo
chegaria ao fim, decisão certa ou errada? É a tal discussão complexa a que me
referi, mas tomada de forma correta, apesar de talvez ter faltado um pouco de
carinho com Tite.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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