Sobre o preço dos ingressos - Business FC:
Andrés Sanchez participou do Business FC, importante fórum
de discussão organizado pela Trevisan Escola de Negócios e Pluri Consultoria.
No painel em que fazia, sobre as novas arenas, tocou num tema importante para o
do futebol brasileiro. Mas de forma bastante atabalhoada.
É característico do dirigente as alfinetas ao São Paulo FC,
que parece ser seu maior rival. Apesar de achar uma bobagem a provocação, o
assunto merece atenção. Andrés diz que o time do Morumbi faz um mal ao futebol
cobrando ingressos muito baratos. Antes de começar a refletir, me adianto
dizendo que vejo o Andrés importante, até fundamental, nas mudanças estruturais
que ocorreram, e ainda em curso, no Corinthians e que ocorrem no futebol
brasileiro. Apesar de muito medo do que pode ser o futuro desse “futebol
moderno”, que tantos torcedores tem “ódio eterno”, acho que é um processo
inevitável para um setor da economia onde crescem muito os investimentos e se
quer retorno sobre eles. A grande questão é como conduzir esse processo, e
faze-lo da melhor ou menos pior forma.
São Paulo FC atendeu uma necessidade sua. Tinha taxa de
ocupação pequena em seu estádio e precisava de apoio para o momento difícil que
atravessava, que mal há nisso? Não vejo nenhum. Andrés se equivoca quando
compara preço de produtos diferentes. Se ele fosse fabricante de botas, e
criticasse seu concorrente por praticar uma política de preços que rebaixaria o
mercado, uma espécie de “dumping”, acredito que a crítica seria válida. Mas
como disse, ingressos de futebol não são um commodity, e a alteração de preços
do seu rival não altera o seu próprio mercado. E uso a palavra rival para
enfatizar que clubes de futebol não são concorrentes. O futebol como parte do
mercado de entretenimento, tem como concorrentes o cinema, o teatro, a balada,
ou o boteco (Falei um economês que nem tenho gabarito para usar, mas acho que
deu para entender).
Corinthians, quando na sua melhor fase dentro do gramado,
campeão da Libertadores, vem aumentando sua média de público. Claro que não só
pela fase técnica de sua equipe principal, mas também pelo bom programado de
sócios torcedores que tem, e claro, e principalmente, pela fidelidade de sua
torcida. Já o SPFC precisava de maior participação de seus torcedores no
estádio, e usou de artificio de mercado para conseguir isso.
A discussão sobre o preço dos ingressos pode se aprofundar
ainda mais, e abordar o tema de formas diferentes. Até que ponto vale aumentar
o preço dos ingressos conforme a oferta e a procura? Não existem limites para
isso? Se em um cenário caricato, nas novas arenas existirem 45 ou 65 mil
“milionários”, seria interessante para os clubes cobrarem ingressos por 5 mil
reais? E a identidade do clube, ou mesmo do futebol, que sempre foi um esporte
popular? O que vale mais, 25 mil pagando 2X ou 50 mil pagando X (a metade)?
Todos esses são aspectos de uma imensa discussão.
Pior que a abordagem do alvinegro, só a resposta são paulina
dizendo que poderia cobrar o quanto quisesse já que estádio estava pago. Clara
replica provocativa. E, claro, não pode o ex-presidente do Time do Povo
relacionar o preço dos ingressos ao nível de violência nos estádios.
Criminalizar a pobreza é o fim do mundo.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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