11 de março de 2013 – Copa da Inglaterra - Manchester City 0x1
Wigan:
Final da FA Cup no lendário palco de Wembley. Manchester
City, campeão inglês na temporada passada e atual vice, altos investimentos e
jogadores de nome. Wigan, de investimentos bem mais modestos, e acostumado a
nas ultimas temporadas frequentar com proximidade perigosa a zona do
rebaixamento. Nada mais natural do favoritismo dos azuis de Manchester. Mas ai
entra a mágica do futebol.
Roberto Mancini foi no 4-4-2, com:
Hart;
Zabaleta, Kompany, Nastasic, Clichy;
David Silva, Yaya Toure, Barry, Nasri;
Aguero, Tevez.
Roberto Martínez no 3-4-3, com:
Robles;
Boyce, Alcáraz, Scharner;
McArthur, McCarthy , Jordi Gómez,
Espinoza;
Koné, Maloney, McManaman;
Mancini armou sua equipe com David Silva na direita e Nasri
na esquerda. Tevez e Aguero no ataque, o ex corinthiano com responsabilidade de
voltar mais para armar, enquanto Kun estava enfiado na área. Já Martínez
posicionou seus jogadores no 3-4-3. Linha de três zagueiros com Boyce na
direita, Scharner na esquerda e Alcáraz na sobra. No meio de campo McArthur era
o ala pela direita, mais recuado, Espinoza na esquerda, mais adiantado. Os volantes
eram McCarthy e Jordi Gómez. E na frente o rápido e habilidoso McManaman mais
pela esquerda, Koné mais a direita era o homem de área, e Maloney chegava
centralizado de trás.
Primeiro tempo foi equilibrado e com chances de lado a lado.
A mais clara foi com Carlitos que arrematou com o gol praticamente aberto, mas
o goleiro Robles fez um milagre e salvou com os pés. Na segunda etapa City
iniciou pressionando, mas Wigan procurou ter a bola em seus pés e diminuiu os
ataques à sua meta. Logo aos 10 minutos, Manici tirou Nasri, que não fazia partida
ruim, para entrar Milner. Aos 24 entrou Rodwell no lugar de Tevez. Duas mexidas
para a entrada de jogadores com características mais defensivas, e que mesmo
pensando em liberar Yaya para o ataque, não surtiram efeito. Até que aos 39
minutos, Zabaleta é expulso após segundo cartão amarelo. E nesses minutos
finais Wigan já pressionava. Mas a preocupação era se a desvantagem de ter um
jogador a menos ia pesar na prorrogação, que com o 0 a 0 no placar seria
inevitável. Não pesou, porque a tal mágica do futebol que citei no inicio
apareceu. Maloney bateu escanteio pela direita e Watson, que havia entrado há
10 minutos, cabeceou para o fundo das redes! Delírio para os torcedores de Wigan!
Vencer a copa nacional contra um gigante endinheirado foi a gloria!
Para quem viu o placar sem acompanhar a partida deve imaginar
que em apenas um jogo é compreensível que um time menor vença, uma bola de
sorte poderia resolver o jogo. Mas o que aconteceu em Londres não foi nada
disso. Wigan encarou de igual para igual o milionário City, se defendeu bem sem
retranca, e com a bola trabalhou passes e criou oportunidades. McManaman é o
mais perigoso do time, em praticamente todas as bolas que partiu para cima da
zaga proporcionava um salseiro na área, com dribles e velocidade.
Em relação ao time de Manchester nenhuma avaliação deve
passar muito longe de vexame. Pela grana investida era obrigação vencer o rival
menor. Pensando antes do jogo nas especulações de que Mancini deixaria o cargo,
pensava que o balanço da temporada não era tão catastrófico. Segundo colocado
na dificílima Premier League, com participação fraca na Champions League, mas
caiu no grupo da morte com os campeões nacionais, e mesmo com todo o dinheiro
investido, o emergente tem que criar casca na competição europeia e fazer sua
camisa pesar. Não era um ano excelente, mas também nem tão desastroso.
E além do
mais a campanha ainda contaria com uma taça da copa, mas... Surpreendido na
final, nem isso conseguiram. E como num passe de mágica minha avaliação mudou
de razoável para ruim. Não que defenda a demissão do italiano, que não me
agrada sempre, mas monta times interessantes. Apesar da fama de retranqueiro,
trabalha com volantes com qualidade, dois meias com liberdade de movimentação. Mas
e agora? Fica?! Veremos nessa movimentada janela de meio do ano.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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