sexta-feira, 17 de maio de 2013

Caiu o campeão, Boca se fingiu de morto e avançou...


16 de maio de 2013 – Libertadores da América – Corinthians 1x1 Boca Juniors:

Caiu o atual campeão, Corinthians foi eliminado pelo Boca Juniors. Se no ano passado o jogo da final contra o gigante argentino era cercado de desconfiança pela maioria da torcida, esse ano a situação quase se inverteu. Parte da torcida boquense teve até medo do Timão, e por outro lado os corinthianos se cercaram de uma confiança muito grande, exalava das arquibancadas até certo favoritismo. Não acredito que isso tenha contaminado o vestiário de Tite, a queda foi em campo e não fora dele. Verdade que a partida do Pacaembu não pode ser analisada sem a discussão sobre a arbitragem, que interferiu no resultado final da partida, mas não foi só no apito que o campeão ficou pelo caminho. Antes vamos ao jogo, e ao final falamos do apitador.

Tite montou o Corinthians no 4-2-3-1, com:
Cássio;
Alessandro, Gil, Paulo André, Fábio Santos;
Paulinho, Ralf;
Romarinho, Danilo, Emerson Sheik;
Guerrero

E Bianchi armou o Boca no 4-4-1-1, com:
Orión;
Marin, Caruzzo, Burdisso, Clemente Rodriguez;
Erbes, Somoza, Ervitti, Sanchez Miño;
Riquelme;
Blandi.

A formação alvinegra contava com a recente alteração do treinador, Danilo pelo meio e Romarinho e Emerson abertos. Essa mesmo formação enfrentou o Santos no Pacaembu e teve ótimo desempenho, não haveria motivos para pensar em outro time. Injusto pensar que depois de eliminado, Tite deveria ter usado outras peças ou de outras formas. Já o Boca Juniors era diferente, mudança anunciada durante toda a semana da partida. O experiente treinador não escondeu de ninguém que os argentinos vinham com duas linhas de 4, Riquelme na ligação e Blandi na referência. Logo pensei ser um bom pressagio para os brasileiros, Boca fechado atrás, protegendo sua vantagem, para jogar no contra golpe. Mas como utilizar a arma do contrataque com Riquelme, veterano, e Blandi, atacante de área e não tem como característica principal a mobilidade? Não temos como saber ao certo, mas a intenção do comandante pareceu ser outra. Tirando Martinez da equipe (segundo atacante) e empurrando Riquelme um pouco para frente, Bianchi passou a responsabilidade da marcação do maestro, de Ralf para os zagueiros. Tivesse Martinez no jogo, natural seria os laterais e zagueiros marcarem os dois atacantes e Juan Roman ficar a cargo do camisa 5. Com isso, o meia circulou um pouco distante da área e obrigava algum dos defensores de  área a acompanha-lo, o que não aconteceu sempre, a liberdade para Riquelme pensar o jogo foi fatal. Na defesa, Bianchi colou Ervitti em Paulinho e Blandi voltava com Ralf, e a saída de bola conrinthiana ficou muito prejudicada. E Riquelme se posicionava atrás dos ímpetos ofensivos de Paulinho, na espreita. Esse aspecto tático foi um dos elementos.

Outro aspecto foi a baixa técnica de algumas das principais peças do time do Parque São Jorge. Danilo teve desempenho inferior ao de costume, Romarinho também, e Emerson principalmente. Não que esses sejam responsáveis por qualquer resultado, mas não estiveram bem. Já no Boca, Riquelme estava em noite inspirada, não acho que tanto quanto foi falado, o veterano não foi sombra do jogador que era, mas fundamental.

Nos primeiros minutos os argentinos conseguiram conter uma possível pressão do time da casa. Dominou a posse da bola, tanto que a primeira finalização do Corinthians foi só aos 15 minutos em chute fraco de Danilo. E aos 25 minutos, falta na direita, cobrança curta, Riquelme tenta cruzar, erra, e a bola entra na gaveta de Cássio. Quando digo que erra, é baseado em depoimento do próprio jogador, que disse que quis cruzar, pouco importa, balançou a rede. Cássio estava adiantado? Talvez, mas de forma nenhuma vejo erro no lance, o arqueiro não tentou adivinhar, estava posicionado no máximo um passo além do ideal, mas a trajetória da redonda foi impressionante. E após o gol o Corinthians não criou o suficiente para abrir o placar.

No segundo tempo Tite mexeu. Saíram Romarinho e Alessandro para a entrada de Pato e Edenilson. Time melhorou. Com as mudanças Pato se posicionou na esquerda do ataque e Emerson passou a atuar na direita. As mudanças de Tite, que mexeu na hora adequada e não demorou como as vezes tem feito. Logo aos 6 minutos empatou, Sheik cruza da direita para Paulinho subir a cabecear para as redes, era a reação. Mas ai o Timão esbarrou no apito. Como disse que o arbitro influiu no resultado e diria no fim, chegou a hora. E cabe voltar um pouco no tempo, ainda no primeiro tempo, aos 9 minutos, o lateral direito Marin em disputa de bola com Emerson, mete a mão na bola de forma até estranha de tão descarada e dentro da área, pênalti claro. Corinthians criou pouco na primeira etapa, mas uma das chances foi em enfiada de Emerson para Romarinho que saiu na cara do gol, e o bandeira deu impedimento absurdo. Voltando a etapa final. Aos 14 minutos, Edenilson cruzou na área, bola rebatida, Gil manda o bolão, goleiro Orión rebate e Paulinho empurra para o gol. Amarilla anula, com falta no goleiro. Paulinho só olhava a bola, encosta no arqueiro, mas sem falta, outro erro faltal.

Boca cresceu muito na disputa, parecia se fazer de morto, mas jogou para superar o Timão. Corinthians perdeu em três terços do confronto, nos dois tempos na argentina, onde não buscou o gol fora que daria muita tranquilidade, e no primeiro tempo do Pacaembu que não criou o suficiente para reverter o resultado. Mas no segundo tempo fez seu jogo, criou chances, em uma delas Pato perdeu quase em cima da linha. O apitador interferiu no resultado final, em pelo menos 4 lances capitais. Pênalti de Marin, claro. Impedimento de Romarinho, claro. Gol de Paulinho, um pouco mais discutível, mas ainda assim errou. E ainda em pênalti em Sheik, esse bem mais discutível, mas o jogador do Boca empurra Emerson na área, e o atacante mergulha em sua piscina imaginaria.

Enfim, muito aspectos envolveram a reedição da ultima final da Libertadores. E o fato é que o Corinthians não jogou bem e caiu, Boca cresceu e avançou. Justo ou injusto? Não acredito em teorias da conspiração, dinheiro e política influenciam, mas não determinam.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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