sexta-feira, 10 de maio de 2013

Jorge Henrique, Tite e Corinthians...




Parece que o ciclo do camisa 23 do Corinthians pode chegar ao fim. Antes de qualquer coisa me adianto a dizer que o jogador tem direito de fazer o que quiser em sua folga, e não deve satisfação a ninguém. Jogadores dependem do corpo para trabalhar, mas mesmo assim podem consumir bebidas alcoólicas e até fumar, mas como todos sabemos esses hábitos podem interferir em seu rendimento. Mas ai, o jogador será julgado por seu desempenho, e não pelos atos em si. Usar substâncias proibidas no dooping e manter seu peso são obrigações profissionais, portanto a exceção do “pode fazer o que quiser”.

Informações ainda são incertas sobre o que de fato aconteceu para Jorge Henrique ser afastado do elenco, mas ao que tudo indica é que chegou sem condições para treinar no sábado pré-clássico contra o São Paulo, e disse que estava acompanhando seu filho doente. A diretoria apurou que a versão do atacante era mentira e que estava na balada, e foi cortado para a partida. No dia do jogo a informação que se deu foi que se ausentou por problemas particulares.

Muito se falou sobre a situação e se era justo ou não o afastamento. Avaliar dessa forma e com alguma distância de todos os fatos é complicado, mas me arrisco a fazer suposições. Ao que me parece, Jorge não é exatamente um jogador de vida tão regrada, gostava da balada. E não tenho nenhuma informação exata, apenas ouvindo um comentário aqui outro ali. Até ai não cabe julgamentos. Eu mesmo me julgo assim, não tanto da balada exatamente, mas de uma cervejinha, botecos e afins. E fato é que ao gostar desse estilo de vida, esta mais suscetível a um exagero ou outro, que geram insatisfação com seu empregador. Normal. Mas a situação parece ter chegada ao limite, uma gota d’água que fez o balde transbordar.

Não imagino que uma ocasião isolada possa fazer com que Tite e a direção do Corinthians tomem uma atitude tão drástica. E se os outros casos de indisciplina não foram noticiados na imprensa, ponto para o Corinthians. Tempos atrás, fatos muito menores se tornavam maremotos irremediáveis no clube. E manter a descrição em um caso desses parece bastante razoável, até para preservar o atleta, elenco e o próprio clube. Confundir isso com paternalismo me parece um equívoco. Uma coisa é o clube passar a mão na cabeça perante casos repetidos de indisciplina, o que seria errado, e outra é não tornar públicas as “chamadas” ou broncas ao jogador. Assuntos como estes devem permanecer dentro do clube, e serem expostos se julgarem necessário. Como foi o caso, com o afastamento do atleta.

Muito se tem falado que o que mais irritou o técnico foi a mentira de Jorge Henrique, dizendo que estava com o filho doente. É de se esperar do comandante tal reação, já que tem conseguido administrar com maestria o elenco corinthiano. Contornando conflitos e amenizando possíveis vaidades, que pelo clima do grupo parecem ser superadas. Méritos também para os jogadores.

Outro aspecto e que não deve ser dissociado do caso. É que hoje o atacante não é indispensável no elenco, cumpre papel importante, mas nem titular absoluto é. O carinho que a torcida tem por ele é impressionante, muitas vezes é o jogador mais aplaudido quando surge o nome no placar. Mesmo sem ser o mais importante nesse momento. Carinho conquistado, com muito mérito, pelo esforço dispensado em campo com raça e dedicação. Elevar Jorge ao patamar de ídolo me parece exagero, mas a relação de idolatria é muito emocional, e cada um pode atribuir o titulo que quiser ao jogador. Parece-me que a direção e Tite podem unir o “útil ao agradável” e aproveitar para negociar o atacante. Que já não é mais o jogador de outrora. Logo que chegou ao Timão fazia função fundamental para o 4-2-3-1 de Mano Menezes, ele e Dentinho eram os responsáveis de atacar pelos lados e marcar o lateral adversário. Com o tempo, ainda com Mano no comando, Jorge foi recuando em campo, cumprindo praticamente a mesma função, mas defendo muito mais que atacando. Quanto Tite chegou, continuava a ser importante. Na campanha da Libertadores se enquadrou perfeitamente  na proposta de jogo do treinador, marcava com afinco e fazia parte daquele time que fazia “gol de muro”, comprimindo o adversário até empurrar a bola para dentro. No Mundial de clubes, começou na reserva sendo preterido por Douglas, mas contra o Chelsea jogou, e muito. Mas na minha avaliação, perdeu muito a capacidade ofensiva, e me parece muito por culpa dos comandantes, que de tanto exaltarem sua recomposição, acabaram por inibir suas subidas, e diagonais em direção a área. É verdade que gols nunca foram seu forte, mas sua aproximação ao atacante centralizado hoje são raríssimas.

Com certeza tem condições de ser titular na maior parte dos times da primeira divisão do campeonato brasileiro. Veremos os desdobramentos, que pode ainda ser revertido. Mas parece de difícil manobra.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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