Parece que o ciclo do camisa 23 do Corinthians pode chegar
ao fim. Antes de qualquer coisa me adianto a dizer que o jogador tem direito de
fazer o que quiser em sua folga, e não deve satisfação a ninguém. Jogadores
dependem do corpo para trabalhar, mas mesmo assim podem consumir bebidas alcoólicas
e até fumar, mas como todos sabemos esses hábitos podem interferir em seu
rendimento. Mas ai, o jogador será julgado por seu desempenho, e não pelos atos
em si. Usar substâncias proibidas no dooping e manter seu peso são obrigações profissionais,
portanto a exceção do “pode fazer o que quiser”.
Informações ainda são incertas sobre o que de fato aconteceu para Jorge Henrique ser afastado do elenco, mas ao que tudo indica é que chegou sem condições para treinar no sábado pré-clássico contra o São Paulo, e disse que estava acompanhando seu filho doente. A diretoria apurou que a versão do atacante era mentira e que estava na balada, e foi cortado para a partida. No dia do jogo a informação que se deu foi que se ausentou por problemas particulares.
Muito se falou sobre a situação e se era justo ou não o
afastamento. Avaliar dessa forma e com alguma distância de todos os fatos é
complicado, mas me arrisco a fazer suposições. Ao que me parece, Jorge não é
exatamente um jogador de vida tão regrada, gostava da balada. E não tenho
nenhuma informação exata, apenas ouvindo um comentário aqui outro ali. Até ai
não cabe julgamentos. Eu mesmo me julgo assim, não tanto da balada exatamente,
mas de uma cervejinha, botecos e afins. E fato é que ao gostar desse estilo de
vida, esta mais suscetível a um exagero ou outro, que geram insatisfação com
seu empregador. Normal. Mas a situação parece ter chegada ao limite, uma gota d’água
que fez o balde transbordar.
Não imagino que uma ocasião
isolada possa fazer com que Tite e a direção do Corinthians tomem uma atitude
tão drástica. E se os outros casos de indisciplina não foram noticiados na
imprensa, ponto para o Corinthians. Tempos atrás, fatos muito menores se
tornavam maremotos irremediáveis no clube. E manter a descrição em um caso
desses parece bastante razoável, até para preservar o atleta, elenco e o próprio
clube. Confundir isso com paternalismo me parece um equívoco. Uma coisa é o
clube passar a mão na cabeça perante casos repetidos de indisciplina, o que
seria errado, e outra é não tornar públicas as “chamadas” ou broncas ao
jogador. Assuntos como estes devem permanecer dentro do clube, e serem expostos
se julgarem necessário. Como foi o caso, com o afastamento do atleta.
Muito se tem falado que o que mais irritou o técnico foi a
mentira de Jorge Henrique, dizendo que estava com o filho doente. É de se
esperar do comandante tal reação, já que tem conseguido administrar com
maestria o elenco corinthiano. Contornando conflitos e amenizando possíveis
vaidades, que pelo clima do grupo parecem ser superadas. Méritos também para os
jogadores.
Outro aspecto e que
não deve ser dissociado do caso. É que hoje o atacante não é indispensável no
elenco, cumpre papel importante, mas nem titular absoluto é. O carinho que a
torcida tem por ele é impressionante, muitas vezes é o jogador mais aplaudido
quando surge o nome no placar. Mesmo sem ser o mais importante nesse momento.
Carinho conquistado, com muito mérito, pelo esforço dispensado em campo com
raça e dedicação. Elevar Jorge ao patamar de ídolo me parece exagero, mas a relação
de idolatria é muito emocional, e cada um pode atribuir o titulo que quiser ao
jogador. Parece-me que a direção e Tite podem unir o “útil ao agradável” e
aproveitar para negociar o atacante. Que já não é mais o jogador de outrora. Logo
que chegou ao Timão fazia função fundamental para o 4-2-3-1 de Mano Menezes,
ele e Dentinho eram os responsáveis de atacar pelos lados e marcar o lateral
adversário. Com o tempo, ainda com Mano no comando, Jorge foi recuando em
campo, cumprindo praticamente a mesma função, mas defendo muito mais que
atacando. Quanto Tite chegou, continuava a ser importante. Na campanha da
Libertadores se enquadrou perfeitamente
na proposta de jogo do treinador, marcava com afinco e fazia parte daquele
time que fazia “gol de muro”, comprimindo o adversário até empurrar a bola para
dentro. No Mundial de clubes, começou na reserva sendo preterido por Douglas,
mas contra o Chelsea jogou, e muito. Mas na minha avaliação, perdeu muito a
capacidade ofensiva, e me parece muito por culpa dos comandantes, que de tanto
exaltarem sua recomposição, acabaram por inibir suas subidas, e diagonais em direção
a área. É verdade que gols nunca foram seu forte, mas sua aproximação ao
atacante centralizado hoje são raríssimas.
Com certeza tem condições de ser titular na maior parte dos
times da primeira divisão do campeonato brasileiro. Veremos os desdobramentos,
que pode ainda ser revertido. Mas parece de difícil manobra.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
Facebook.com/CampoeBola
Twitter.com/CampoeBola
Nenhum comentário:
Postar um comentário