terça-feira, 12 de março de 2013

O "velho" Barcelona avançou...


12 de março de 2013 – Champions League – Barcelona 4x0 Milan:

Todos esperavam um jogo grande, e teve exatamente esse tamanho. A disputa estava aberta, com alguma vantagem para o Milan pelo inesperado 2x0 em Milão. Inesperado, mas que contou com uma má fase do time do Camp Nou. Se cogitava até que a “era Barcelona” estava acabando, e era o que parecia. Barça teria que se reinventar. E o fez! Sem nenhum coelho da cartola, apenas retomando o que já fazia. Mas veremos a seguir.

É importante lembrar para os distraídos que a qualquer momento o Milan poderia complicar ainda mais o jogo. Fizesse um gol a missão do Barça seria ainda mais difícil. Aos 37 minutos Niang esteve cara a cara com Valdes e meteu na trave, era o 1x1 que obrigaria o Barcelona a fazer diferença de três gols, e o jogo seria outro. Não foi, mas o que vale ressaltar é que a vitória do Milan pelo tamanho do rubronegro italiano não seria zebra alguma! A camisa milanesa é tão pesada de envergar o varal (frase brilhante que vi no Twitter e não sei o autor, mas que mereceria créditos)!

Vendo o jogo de hoje deu a impressão que o maior rival do Barcelona era ele mesmo. Passa muito pela saída de Guardiola, que projetou o estilo da equipe, mas ainda mais pelo afastamento de Tito, por motivos médicos. Por melhor que seja Jordi Roura ele não era o técnico. Se Tito já poderia ser hoje chamado maldosamente de auxiliar de Pep, Rouri seria auxiliar do auxiliar. Mas mostrou qualidades e percebeu exatamente a chave para retomar o “velho” Barça, de passado tão recente. Méritos para ele, ainda mais por usar o antídoto que não era “seu”.

O melhor time do mundo vinha mal. Xis da questão era a presença de Cesc Fabregas entre os titulares, não exatamente por ele, mas pelas consequências de sua entrada. E também porque David Villa não vinha bem, com isso Tito/Roura  preferiram improvisar. Cesc entra, Iniesta passa a atuar como atacante pela esquerda. Mas Andrés não é esse ponta, e centraliza o jogo. Fabregas atuava na dele, e também tem características próprias, diferentes de Iniesta. O ex-jogador do Arsenal, não é a alma gêmea de Xavi, e ao invés de complementar Xavi na armação da equipe vindo de trás, avança em direção à área.

A consequência dessa mudança de características é que os ponteiros não alargam a defesa rival, e com isso o espaço de Messi fica reduzido. Também pelo congestionamento dos adversários na entrada da área e de seus próprios companheiros. E a verdade é uma só. Esse time foi formatado para Lionel brilhar, com um conjunto maravilhoso, mas a estrela da companhia é ele. E nunca decepciona. É o “falso nove” que ocupa as costas dos volantes, com tanta gente pelo meio isso ficava impossível. O primeiro gol é exemplar desse posicionamento.

Outra característica que voltou são as constantes mudanças táticas durante a partida. Desse ponto de visto a formação base é o 4-3-3, com:
Valdes;
Daniel Alves, Pique, Mascherano, Jordi Alba;
Xavi, Busquets, Iniesta;
Villa, Messi, Pedro.

Mas em muitos momentos onde o time está montado na defesa adversária Daniel Alves é o ponta direita, Vila fecha na área, para Messi circular. Formando um 3-4-3, com:
                
                Pique, Machereno, Alba;
                Xavi, Busquets, Iniesta;
                Messi;
                Daniel, Villa, Pedro.

E até em alguns momentos, bem mais raros, Busquets se incorpora na linha de quatro zagueiros para ter Xavi como primeiro volante, Iniesta à sua esquerda, e Messi à direita, para o argentino romper a defesa a adversária com seus dribles curtos.

E no terceiro gol dois outros aspectos foram ressaltados. O primeiro foi a marcação pressão com a roubado de Masch, no campo ofensivo. Para em seguida, e ai o segundo, Xavi enfiar para Villa marcar e talvez ficar bandeira de vez no seu retorno ao time titular. Enfim, Barça precisava se reinventar. E com armas já muito conhecidas por todos renasceu.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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