terça-feira, 26 de março de 2013

Espanha encurrala...


26 de março de 2013 – Eliminatórias UEFA para Copa do Mundo – França 0x1 Espanha:

Bom jogo em Paris! Aguerrido e disputado como tinha que ser, e muita qualidade técnica de lado a lado. Opções táticas também foram algumas. Espanhóis precisavam vencer para serem líderes do grupo, como poderia obedecer à lógica. E foi assim, mas não de forma simples. Com a vitória a Fúria conquista 11 pontos e ultrapassa os franceses que continuam com 10 na segunda posição do grupo, que ainda conta com Geórgia, Bielorrússia e Finlândia. Faltando três jogos para serem disputados o primeiro colocado já garante vaga na Copa do Mundo no Brasil.

França se colocou no 4-3-3, com:
Lloris;
Jallet, Varane, Koscielny, Evra;
Cabaye, Pogba, Matuidi;
Valbuena, Benzema, Ribery.
Espanha também no 4-3-3, com:
Valdés;
Arbeloa, Sérgio Ramos, Piqué, Monreal;
Xabi Alonso, Busquets, Xavi;
Pedro, David Villa, Iniesta.

O posicionamento do 4-3-3 francês foi teórico, pois sendo acuada pela Espanha recuou seus atacantes abertos, Valbuena e Ribery, que praticamente se alinharam em uma terceira linha com os segundo volantes Cabaye e Matuidi, tendo Pogba na cabeça da área. Assim, encolhida, atuou em um 4-1-4-1, com Benzema isolado na frente. Durante boa parte do jogo conseguiu segurar os atuais campeões do mundo. França que vinha atuando no 4-4-2, com dois meias abertos, preferiu não jogar de “peito aberto”, substituiu um atacante por mais um volante, congestionando a entrada da área como antídoto para a passe de bola adversária. Poderia ter sido vitoriosa sua estratégia, e seria mais eficiente sua postura se colocasse a Espanha com um pé atrás, ou uma punga atrás da orelha, com contrataques mais incisivos. Contragolpes que aconteceram, principalmente com Ribery que jogou muito bem, mas não de forma suficiente para amedrontar o rival e impedi-lo de encurralar os franceses.

A Espanha em muitos momentos variou seu posicionamento. Xavi, por exemplo, se descolava da linha de volantes para atuar no setor de um camisa 10. Iniesta, como vem acontecendo no Barcelona, mesmo jogando aberto tem por característica buscar o centro do gramado. E atônica do jogo durante a maior parte do tempo foi essa. Espanha buscando o jogo, com sua imensa capacidade de trocar passes e ficar com a bola, pelo meio, trombando na parede formada pela França. Exceção foi o momento do gol. Pedro, na direita, inverte a jogada para Monreal bem aberto na esquerda, aproveitando o corredor deixado por Iniesta, que cruza para o próprio Pedro marcar fechando na diagonal. E ai duas características, profundidade pelas pontas e diagonais, que junto com a marcação pressão são os segredos dessa escola espanhola e/ou barcelonista. Abriu a porteira para se espalhar em campo e continuar com a bola em seus pés, até o apito final decretar o 0x1.

A Fúria tem o mesmo plano de jogo do Barcelona, com 7 azuis e grená entre os titulares, e as vezes parece esbarrar no mesmo incomodo do time catalão. Iniesta “improvisado” na ponta esquerda, por característica busca o meio e o jogo se centraliza demais. Apesar do destaque claro na Espanha serem Xavi e Iniesta imagino que o segredo para abrir a chave das retrancas adversárias sejam jogadores bem abertos pelo flancos, descompactando a defesa rival. E para isso Navas, depois do gol, entrou muito bem na partida, ganhando quase todas de Evra. Pedro e o próprio Navas podem fazer esse papel. Sobraria para Iniesta? Lógico que não! Andrés volta para a sua posição de “origem”, para formar a dupla quase simbiótica com Xavi, auxiliando até o companheiro na função de se aproximar na área para deixa-lo armar mais de trás o jogo. Sobraria para qual volante? Xabi Alonso? Não! Penso que o madridista tem um pouco mais de qualidades que Busquets para ser o meio campista mais defensivo. Então, óbvio, sai Busquets? Também não! Que pode recuar para atuar ao lado de Piqué na zaga. E enfim quem perde a vaga é Sérgio Ramos, mas que ainda pode ser lateral direito, saindo Arbeloa.

Enfim, acho um pecado “desfazer” a dupla Xavi e Iniesta no meio de campo. E Iniesta não proporciona profundidade e diagonais necessárias para descongestionar o jogo espanhol. É só um pitaco para Del Bosque deixar sua seleção ainda mais favorita para a Copa que virá. Essa lógica obedece ao preceito de que poucas seleções, ou apenas a Alemanha, podem encarar a atual campeã mundial sem encostar a bunda na parede para buscar, nos curtos momentos em que terão a bola, os contragolpes.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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