27 de junho de 2013 – Copa das Confederações – Espanha 0x0
Itália:
Todos esperavam um jogão, e foi. Se não técnica e
taticamente, o que só aconteceu no primeiro tempo, o restante do foi de emoção.
O massacre que podia se imaginar da seleção espanhola sobre a italiana não
aconteceu e por muitos méritos vindos da bota, que soube se colocar na partida
de forma adequada e não se acovardar.
Espanha de Del Bosque veio no 4-3-3 de costume, com:
Casillas;
Arbeloa,
Pique, Sergio Ramos, Jordi Alba;
Xavi,
Busquets, Iniesta;
Pedro,
Fernando Torres, David Silva.
Itália de Prandelli no 3-6-1, com:
Buffon;
Barzagli,
Bonucci, Chiellini;
Maggio,
Candreva, De Rossi, Pirlo, Marchisio, Giaccherini;
Gilardino.
Azzura tinha três zagueiros atrás. Uma linha com seis no
meio com dois alas pelos lados, Maggio na direita e Giaccherini na esquerda,
dois meias um pouco menos abertos, com Candreva na direita e Marchisio na
esquerda, e dois volantes por dentro, De Rossi na direita e Pirlo na esquerda. Ou
seja, nessa linha de seis homens, de dentro para fora, um volante, um meia e um
ala para cada lado. Com Gilardino na frente. A estratégia pareceu, e foi, acertada.
Congestionou sua intermediária defensiva, tomando para si o que era de direito,
e se entrincheirando com uma superioridade numérica no setor. Quando isso
acontece o time italiano tirou da Espanha sua principal arma ofensiva, que é a
ronda paciente da área rival para esperar as infiltrações. Essas infiltrações que
mesmo nos melhores momentos da Roja, antiga Fúria agora menos furiosa, já são tímidas
e as trocas de passes incessantes são a arma contra as precipitações das
jogadas. Mas a dificuldade agora era superior, não só chegar de fato ao gol
rival, e sim chegar à fase anterior, perto da meta alvo.
No lado espanhol imagino que o erro para superar tal obstáculo
seja o mesmo que o seu time base, o Barcelona. Assim como no time azul e grená,
a Espanha não abriu a defesa adversária. Para alargar o amontoado, no melhor
sentido, de marcadores, poderiam abrir Pedro e David Silva bem espetados pelos
lados, para forçar que os alas italianos jogassem mais para trás, se alinhando
com os três zagueiros. Obviamente que essa é uma disputa que se dá por imposição
técnica, e não só Prandelli acertou ao não afundar seus alas, como os mesmo
souberam não sucumbir à pressão. Mas a verdade é que os atacantes abertos da
Espanha pouco tentaram forçar o contrário, recuavam para buscar a bola, não ajudando
Xavi e Iniesta a terem mais espaços para criar. Isso também acontece no
Barcelona quando ao invés de ter um outro Pedro no lado oposto ao do verdadeiro,
se tem um meia, que tende muito mais ao buscar a armação das jogadas, do que
oferecer perigo no um contra um pelos lados, acontece na Catalunha com Iniesta
ou Fabregas, e aconteceu agora no “governo central” com David Silva e antes com
o próprio Fabregas. Vale lembrar que se defensivamente os alas azuis tiveram atuação
fundamental, ofensivamente eram também a principal arma. Tanto que a única chance
real de gol no jogo aconteceu em bola cruzada por Maggio, ala direito, para
Giaccherini, ala esquerdo, que de cabeça levou perigo. E depois o mesmo
Giaccherine acertou a trave já na prorrogação.
E toda essa disputa técnica e tática aconteceu no primeiro
tempo, porque na segunda etapa as duas equipes já não se aguentavam em pé.
Muito pelo cansaço de final da temporada europeia e pelo calor. Tanto no
segundo tempo como na prorrogação os times pareciam pugilistas cansados nos
instantes finais de Rocky, o lutador. Trocando socos ao vento, esperando que
por sorte algum acertasse em cheio, para a câmera lenta entrar em ação, com
sangue e suor sendo esguichados no ar e alguém beijar a lona. E de fato se
algum golpe fosse desferido com precisão, dificilmente o atingido se
recuperaria. Durante toda a partida Espanha teve a bola em seus pés, lógico,
mas a Itália levou mais perigo quando estava inteira. Mas na prorrogação os espanhóis
também tiveram suas chances.
A estocada final não veio, e quem veio foram as penalidades
para decidir o confronto. E cobranças que chamaram a atenção pela qualidade das
finalizações dos dois lados, contra goleiros de muita qualidade. Até que
Bonucci isolou sua chance. Para Jesus, só ele salva (inevitável a piada
infame), Navas classificar os atuais campeões mundiais.
Grande jogo! Classificação espanhola, como era de se
esperar. Mas a Itália, de camisa muito mais pesada, teve muitos méritos de
parar os de vermelho com muita aplicação tática e imposição técnica e numérica
nas disputas, e impossível não pensar que se Balotelli estivesse em campo a
historia não seria outra. Agora é no Maracanã! Agora é contra o Brasil!
Conseguirá o excrete canarinho abrir mão de seu modo de jogar para parar o tik
taka catalã, ops... Espanhol? Jogando em casa não irá propor o jogo? Estufar o
peito e enfrentar o adversário?! Veremos no domingo o jogo que muito já
aguardamos... Promete!
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negocio chamado Futebol...
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