Atlético de Madrid 2-0 Valência – Copa do Rey:
Jogo muito difícil para o Atleti, que já havia encara uma
pedreira contra o Valencia fora de casa no jogo de ida. O 2 a 0 final talvez
não dê a ideia da dificuldade do jogo, que teve o time visitante pressionando
muito e com boas chances claras de placar melhor. Atlético avança, e foi entre
o trio que domina o campeonato espanhol o que teve desafio mais complicado.
Valência se postou fora de casa como havia feito em seus domínios,
no 4-1-4-1. Essa numeração se aplica muito mais à parte defensiva, no ataque era
um 4-3-3. Mas com a ausência de Guardado na lateral esquerda, teve Bernat por
lá. Ele que no jogo de ida esteve aberto do mesmo lado, mas na linha dos meio
campistas. Feghouli fez sua função nessa partida.
Time de Simeone, nos minutos iniciais tinha o mesmo desenho
tático. Raul não fazia companhia para Diego Costa no ataque e integrava uma
linha de meias com Arda e Sosa abertos, Gabi e ele por dentro. Com o volante
Tiago na cabeça da área. Mas esse esquema variava, com Raul indo e voltando da
formação atrás da bola. E para essa variação ser possível muito inteligência da
linha de meias e volantes que recebia ou não a presença do camisa 8,
principalmente de Tiago, que recuava para primeiro volante ou se espalhava ao
lado de Gabi.
No primeiro tempo o jogo era igual, as poucas chances
criadas foram de lada a lado. Nenhuma real. Mas na segunda etapa o Atléti
decidiu a partida em dois escanteios. Um aos 5 minutos, que Godin marcou. E
outro aos 44, que Raul mandou para as redes. Mas nesse “curto” espaço de tempo
entra essas cabeçadas o jogo foi do Valência, que obrigou Courtois a fazer
grandes defesa.
Um aspecto tático muito interessante da peleja foi o
estreitamento das equipes. Estreitamente é um movimento parecido com
compactação, que tanto se usa, e com razão, para analisar os jogos. Mas
enquanto se diz que uma equipe é compacta a referência é vertical, de área a área.
Estreitamento é horizontal. De lateral a lateral, quanto a equipe se espreme.
E nessa relação os times se comportavam de forma distinta.
Enquanto o Valência se compactava como um todo, as duas linhas. Atleti
compactava apenas a linha de meias, deixando Filipe Luis, quando a bola estava
no lado oposto, um pouco descolado dos zagueiros e batendo com o lateral de seu
lado. Presumo que isso ocorria porque os dois pontas do 4-3-3 ofensivo do
Valência, Feghouli e Cartabia, buscavam sempre a diagonal em direção a entrada
da área. Mais na meia do que na ponta. Enquanto no ataque do Atlético a preocupação
com Diego Costa era imensa, e não podia se dar “ao luxo” do goleador
surpreender nas costas do último zagueiro. Maneiras diferentes para situações
diferentes. Muitos “detalhes” como estes acontecem na partida, e de alguma
maneira costumam explicar situações de jogo. Vale a atenção.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
Facebook.com/CampoeBola
Twitter.com/CampoeBola
Nenhum comentário:
Postar um comentário