Tem muita gente que diz assim: “o tal do falso nove”. Isso revela um pouco do desprezo pelo termo, as vezes ironizando o desprezo da maioria. Mas enfim. Esse é mais um daqueles termos que cai na vala dos clichês do mundo da bola. E passa a ser usado de qualquer forma, como se dar significado aos conceitos não fosse importante. Como a “tal das duas linhas de quatro”, caiu na boca do povo, e se usa até quando não faz o menor sentido. Mas se nomear os esquemas táticos em números já vira linha de ônibus, imagina o resto: compactação, estreitamento, tipos de marcação, etc.
Vejo muita gente referindo-se ao “falso nove” como sendo um
jogador atuando de centroavante, mas que em seu RG futebolístico não é o 9 de
oficio. Por tanto: um falso 9. Mas não penso assim, talvez esteja querendo ter
o rei na barriga e conceituar demais. Mas de qualquer forma, é como penso.
A expressão “falso 9” começou a ganhar notoriedade com
Messi, já que o argentino atuava como homem mais avançado do time de Guardiola,
mas não é o legitimo centroavante. Mas o que mais caracteriza essa expressão
não é isso. Era a movimentação, e não só dele. Lionel no fundo não era o homem
mais adiantado do time ofensivamente, eram os pontas, Pedro e David Villa. Eles
eram as referências ofensivas da equipe, e Messi flutuava para atuar entre os
zagueiros e os volantes. Nas costas dos volantes e obrigando os zagueiros a
sair da área. O espaço entre linhas, habitat natural de Messi, e que Guardiola
o proporcionou com a movimentação de seu time. Sem um armador central, dois organizadores
na linha dos volantes e pontas bem espetados.
Difícil ver algo assim por aqui, esse “falso 9” legitimo!
Com o perdão da redundância. Mas nesse fim de semana vi algo bem parecido. Logo
na estreia de Marquinhos Santos no Coritiba. Coxa tinha Helder na cabeça da área,
Robinho e Gil era Xavi e Iniesta, Zé Love e Dudu espetados. Alex era o falso 9,
atuou centralizado no ataque, mas sempre puxando para trás e com a infiltração
de algum companheiro. Claro, a qualidade dos comparados não se equivale, mas é
apenas para se ter referência.
Não deu resultado no placar, mas convenhamos que a ideia era
ótima. Ainda mais enfrentando o Galo, que muitas vezes tem em seu DNA as
perseguições individuais na defesa. Marquinhos, aguardo com alguma curiosidade
o próximo jogo do desesperado Coxa!
PS: Só para fechar e sem me alongar. Ibrahimovic, principalmente na temporada passada, foi o legitimo falso 9, apesar de legitimo 9. Só para frisar: é a movimentação, não a característica e o posicionamento.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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