Com esse nome e vestindo a camisa tricolor do
Fluminense já vem aquela vontade de comparar forçadamente. Mas não, não é isso.
Porém, não é exagero afirmar que o atual camisa 30 das Laranjeiras pode estar
na lista das melhores promessas que surgiram nos últimos tempos.
Não me permito, obvio, comparações com Gerson Canhotinha,
até por serem descabidas, mas já surgiram comparações do garoto de Xerém com
Pogba, o excelente meio-campista francês. É um tanto exagerada, claro, mas faz
muito mais sentido. Inclusive por características. Essa a minha grande
preocupação. Os dois são negros, altos e magros, e tem um estilo clássico de
jogar. Passadas largas e cabeça sempre erguida procurando companheiros para
lançamentos longos.
Mas nas últimas duas rodadas, 8ª e 9ª, do campeonato
brasileiro, Gerson foi muito mal em campo. Inclusive sendo substituído no
intervalo. Na vitória por 2 a 0 na Ponte Preta, saiu para a entrada de Marcos
Junior. Na virada, 2 a 1, contra o Goiás, deu lugar a Lucas Gomes. As coincidências
saltam aos olhos: duas vezes substituído por jogadores de velocidade que atuam
no lado do campo, duas vezes os gols tricolores foram marcados após sua saída,
e duas vezes com participação dos substitutos. Marcos Junior chutou para
Wellington Silva abrir o placar contra a Macaca, e Lucas Gomes cruzou da
direita para a virada no Esmeraldino. Coincidências apenas, não podem se ter
conclusões mecânicas, mas podem servir como indicativos.
Devem existir uma boa quantidade de motivos para Gerson não
estar bem. A juventude dos 17 anos, algum deslumbramento, problemas físicos,
etc. Mas o que imagino é que está sendo mal escalado por Enderson, que faz até
aqui bom trabalho. Gerson é meio-campista, tem que participar do jogo o tempo
todo, tem que estar onde a bola está. Vem atuando aberto na linha de três meias
do Flu. E apesar de já ter feito boas partidas por ali, tem que estar no centro
pensante do time, centralizado e vindo de trás. Por isso, as coincidências citadas,
talvez o Gerson como está não ajude tanto o time. Imagino ele posicionado como
organizador no 4-3-3, ao lado de Jean ou Wagner no meio e a frente de um primeiro
volante. O menino tem ótimas possibilidades de ser um jogador completo. Que
marca e ataca, que arma e chega na frente, que lança e invade a área. Mas para
isso, precisa fazer parte de outro tipo de time. No atual estágio do futebol
brasileiro, não podemos perder Gerson.
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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