terça-feira, 30 de junho de 2015

Não podemos perder Gerson


Com esse nome e vestindo a camisa tricolor do Fluminense já vem aquela vontade de comparar forçadamente. Mas não, não é isso. Porém, não é exagero afirmar que o atual camisa 30 das Laranjeiras pode estar na lista das melhores promessas que surgiram nos últimos tempos.


Não me permito, obvio, comparações com Gerson Canhotinha, até por serem descabidas, mas já surgiram comparações do garoto de Xerém com Pogba, o excelente meio-campista francês. É um tanto exagerada, claro, mas faz muito mais sentido. Inclusive por características. Essa a minha grande preocupação. Os dois são negros, altos e magros, e tem um estilo clássico de jogar. Passadas largas e cabeça sempre erguida procurando companheiros para lançamentos longos.

Mas nas últimas duas rodadas, 8ª e 9ª, do campeonato brasileiro, Gerson foi muito mal em campo. Inclusive sendo substituído no intervalo. Na vitória por 2 a 0 na Ponte Preta, saiu para a entrada de Marcos Junior. Na virada, 2 a 1, contra o Goiás, deu lugar a Lucas Gomes. As coincidências saltam aos olhos: duas vezes substituído por jogadores de velocidade que atuam no lado do campo, duas vezes os gols tricolores foram marcados após sua saída, e duas vezes com participação dos substitutos. Marcos Junior chutou para Wellington Silva abrir o placar contra a Macaca, e Lucas Gomes cruzou da direita para a virada no Esmeraldino. Coincidências apenas, não podem se ter conclusões mecânicas, mas podem servir como indicativos.

Devem existir uma boa quantidade de motivos para Gerson não estar bem. A juventude dos 17 anos, algum deslumbramento, problemas físicos, etc. Mas o que imagino é que está sendo mal escalado por Enderson, que faz até aqui bom trabalho. Gerson é meio-campista, tem que participar do jogo o tempo todo, tem que estar onde a bola está. Vem atuando aberto na linha de três meias do Flu. E apesar de já ter feito boas partidas por ali, tem que estar no centro pensante do time, centralizado e vindo de trás. Por isso, as coincidências citadas, talvez o Gerson como está não ajude tanto o time. Imagino ele posicionado como organizador no 4-3-3, ao lado de Jean ou Wagner no meio e a frente de um primeiro volante. O menino tem ótimas possibilidades de ser um jogador completo. Que marca e ataca, que arma e chega na frente, que lança e invade a área. Mas para isso, precisa fazer parte de outro tipo de time. No atual estágio do futebol brasileiro, não podemos perder Gerson.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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