Foi um vexame no Mineirão, concordo com a maioria dos
comentários que vi durante e após a partida. Não a desclassificação em si, cair
para o River Plate nas quartas da Libertadores não tem nada de vexatório. Porém
o resultado foi, um 3 a 0, vindo de uma vitória em Nuñes, e o pior, o
desempenho. Cruzeiro foi apático e pior, parecia não ter opções para vencer, um
plano para isso. Mas não podemos esquecer que os milionários foram muito bem,
principalmente o treinador Gallardo. Como tudo na vida, futebol tem mérito dos
vencedores e falhas dos perdedores. Quero nesse prevê texto pensar apenas nas
falhas.
Quando encaro um problema ou situação ruim, de imediato
penso no próximo passo. Não gosto de ficar lambendo as feridas, lamentando.
Mesmo entendendo que em muitas ocasiões esse processo seja bom, é quase o
velório da situação. Chorar, esbravejar, maldizer, para se acostumar com a
perda. Faz parte. Mas fechemos o caixão, vamos para frente.
Marcelo Oliveira tem um desafio grande pela frente, e que
não foi imposto pela eliminação na Libertadores. Já estava colocado. Marcelo
tem que reinventar seu time. A primeira parte, que foi montar em elenco
sensacional, bicampeão nacional com todos os méritos, é bônus seu. Ninguém pode
tirar isso dele. E muito menos dizer “com jogadores bons é fácil”, quem “fez”
esses jogadores renderam muito mais do que vinham rendendo em suas carreiras
foi Oliveira, o mesmo serve para garotos recém promovidos ao elenco
profissional.
É um processo semelhante ao que passou Tite, quando no
comando do Corinthians campeão mundial. Adenor fracassou, teria que ter feito
toda a sua reciclagem no comando do alvinegro, sem necessidade de uma
anosabático. Não precisaria sair para voltar, melhor. Mas então Tite e Marcelo
são péssimos técnicos, podem dizer alguns. Obvio que não, seria uma injustiça
completa.
Exigir que os treinadores, bons, como Marcelo e Tite,
comecem um novo ciclo após grandes conquistas, é exigir uma qualidade que para
eles é impossível. Como exigir folego aos treinadores num país que os demite
após cada rodada do campeonato nacional? É quase exigir que uma criança ande,
sem nem deixar ela engatinhar. Claro, nos dois casos tiveram tempo, mas é a exceção
da exceção. Nesse primeiro semestre, Marcelo Oliveira não deu mostras que
caminha para essa virada, concordo com os mais críticos. Mas é pouco tempo,
nenhuma administração séria se faz durante o processo. Vamos discutir como ele
deveria fazer essa virada e em dezembro conversamos, ok?
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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