Atacar mais não pode significar necessariamente marcar
menos. Tenho observado que em alguns momentos esse é um pensamento muito mecânico,
como se as forças de um time fossem um conjunto finito e limitado de “combustível”,
que ou se usa para as ações ofensivas ou para as defensivas. Claro, o potencial
físico dos atletas é limitado durante os 90 minutos, mas quero dizer que pode
haver muita ineficiência no processo, e trabalhar nela pode ser uma forma de
alcançar melhores resultados.
O raciocino que quero levantar com esse pensamento é que
pode faltar, em alguns times, organização ofensiva. A lógica de que é preciso
organizar a defesa e “lá na frente” o talento resolve, é muito comum em
discussões sobre futebol. E talvez não seja bem assim. Obvio que defender é
mais fácil que atacar e o talento, qualidade técnica, seja mais importante
ofensivamente. Mas é preciso mais que isso para superar defesas cada vez mais
bem montadas. O espaço no futebol atual é mínimo. Muito pela crescente
capacidade física dos atletas, mas também pela organização defensiva das
equipes. Essa organização gera compactação, que diminui muito o tempo que o
jogador tem para pensar quando está com a bola nos pés. Para superar essa
dificuldade, automatismo de movimentos é uma grande arma, e isso se ganha com
treino e organização.
Pensando no futebol mundial, em seu mais alto nível, essa
mudança vem sendo trabalhada. A Copa do Mundo de 2010 deve ter sido uma das que
mais se teve organização defensiva, e não à toa teve média de gols baixíssima,
de 2,27 por partida. Sendo superior apenas à de 1990, com média de 2,21 (fonte
futdados.com). Quatro anos depois, na Copa disputada aqui no Brasil, muito
mudou em campo. Teve média de 2,7 gols por jogo, número igual a 1994, e superada
apenas por 1970 e 1982, contabilizando desde o tricampeonato canarinho.
Ficou batido, mesmo que verdadeiro, dizer que em nosso
campeonato nacional estamos ultrapassados. Digo “estamos” para incluir comissões
técnicas e imprensa especializada, apesar desse pequenino blog não ter esse
peso todo para pertencer à “famigerada” imprensa. Observando o Campeonato
Brasileiro, os desenhos táticos estão condizentes com o conjunto do futebol
mundial, a organização defensiva também. Não é por acaso que, praticamente ao fim do primeiro turno do Brasileirão, os melhores ataques também são os líderes da competição. Será que não é hora de pensarmos em
como atacar? E não me venham com: lá na frente, mete a bola nele, que o cara
resolve!
Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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