quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Esse fim de semana fui ao jogo do meu time



Esse fim de semana fui ao jogo do meu time, frequentei estádios muito mais do que faço hoje em dia. O único motivo é meu interesse por ter um conhecimento maior sobre futebol, e para isso, acompanhar a maioria dos jogos que consigo. Então fico em casa, onde isso é possível. Mesmo sabendo que acompanhar jogos da arquibancada nos dá melhores elementos para análise. Enfim, é uma escolha, nada mais.

Mas como faz falta ir ao estádio! Pelos amigos, pelo clima. Por pior que seja o jogo, é legal. Arquibancada é um santuário onde alimentamos essa paixão que é o futebol.

Mas esse texto é apenas para descrever uma situação no mínimo interessante que vivemos. Fui ao jogo com quatro amigos, parceiros de longa data, que o papo rola solto, como as cervejas, com naturalidade. Com eles o assunto é restrito apenas no que há entre o céu e a terra. Ou seja, tudo. Política, samba, torcidas, campo e bola. Relembrar momentos passados: “pô, lembra aquela vez”. Isso é toda hora. “E quando o fulano, que hoje mora fora da nossa cidade, trepou na arquibancada mandando o técnico tirar o time de campo? ”. PQP, sensacional! E era o mesmo técnico atual, em sua primeira passagem. Que saudade de você cara!

Combinamos de nos encontrar em um bar próximo ao estádio. Fui de carona com um deles, para encontrar os outros lá. Foram de metro, mais fácil. Descemos do carro e já fu pescoçando dentro da janela para ver se já tinham chegado. Ai me assustei, fiquei na dúvida. Era isso mesmo? O bar lotado, todos do mesmo time. Mas no balcão, tinha um cara diferente. As cores eram outras. Eram mesmo? Fiquei até na dúvida. Enfim, entramos. Era isso mesmo! O cara no balcão, tomando um negocinho, ostentando a camisa adversária. Não só adversária, rival! Da mesma cidade! Rivalidade séria.

O que mais me espantou não foi a presença dele em si. Mas sim que todos os outros ao redor, com as camisas do nosso time, bebendo, conversando exaltados sobre a política do clube, sobre determinado jogador, técnico, presidente; ignoravam solenemente a presença daquele corpo estranho. Não olhavam feio, não hostilizavam. Era como se lá não estivesse. Bebemos, comemos, falamos e fomos para o jogo. O cara já tinha ido embora, provavelmente assistir a derrota do seu clube de coração em casa. O nosso venceu. Mas no pré-jogo regado a papo e cerveja, o futebol venceu. Nós vencemos.

Mas esse não é um canto de vitória na guerra. Talvez comemoração de uma batalha. Existe violência no futebol, como existe no mundo. Com diversas razões, na minha opinião com raízes sociais marcantes. Mas ali naquele bar, a convivência pacifica venceu de forma silenciosa. De forma natural. O cara foi ao bar tomar cerveja com uma camiseta de cores diferentes do que a maioria. Normal.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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