sexta-feira, 27 de março de 2015

Os meninos virando homens?

Amistoso Internacional – França 1-3 Brasil:

Fiquei surpreendido com algumas avaliações que vi da seleção brasileira, destacando que os comandados de Dunga não tinham ido bem no primeiro tempo. Não vi assim. Até sofrer o gol de Varane, aos 20 minutos, em escanteio batido por Valbuena, a seleção era melhor em campo. Está certo que não era uma exibição avassaladora, longe disso. Mas o que se via era muita posse de bola, troca de passes, e ameaça de se estabelecer com mais perigo nas ações ofensivas.


Brasil não variou seu esquema tático como vinha fazendo, teve quase sempre posicionado no 4-4-2. Neymar solto com Firmino, Willian e Oscar armando pelos lados. Porém agradou muito não ter um esquema engessado, os meias se movimentaram para buscar a bola, pela faixa central do gramado, dando boa dinâmica ao meio de campo. Se pudesse apontar uma falha, ou ponto de correção, foi a falta de profundidade pelas laterais. Tendo dois meias pelos lados, Neymar e Firmino muito vezes recuando para armar e ajudar no pivô, as pontas ficaram inóspitas. Espaço que poderia ser ocupado pelos laterais, principalmente Danilo, mais ofensivo que Filipe Luis. É questão de articular, trabalhar, treinar.

A postura dos comandados de Dunga foi o mais importante da partida. Não se viu mais os chutões, ou ligações diretas para ser eufêmico, nem aposta apenas no contra-ataque, costumeiro com Felipão. É verdade que a França tem uma postura, desde a Copa do Mundo, de não reter tanto a pelota. Mas os de amarelo também não renunciavam a ela.

Após sair perdendo não se viu desespero. Brasil continuou trocando bolas e buscando o empate. Que veio, aos 39, com Oscar após tabela com Firmino; e a virada nos pés de Neymar em contra golpe que Willian deu a assistência. Neymar, quase sempre, necessita de um a parte. Durante bom tempo, o garoto levava a seleção nacional nas costas, fazia quase tudo: armava, fazia gols, retinha a bola. Ontem, parecia, que começou com esse pensamento. Recuava demais para buscar o jogo. Com o tempo viu que não havia necessidade, podia ficar um pouco mais avançado. A bola chegaria.

Com a virada, a seleção brasileira mudou de postura. E, agora sim, abusava e bem dos contra-ataques. Levando perigo ao adversário. Vi uma proposta de jogo baseada na posse e passe da bola por parte de Dunga. E mais importante que isso, vi seus comandado com muita maturidade. Seriam os meninos virando homens?


Felipe Xavier, gosta desse negócio chamado Futebol.

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