quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Algumas reflexões sobre a volta de Tite e o mercado de técnicos brasileiros...


A volta de Tite ao Corinthians parece apenas corrigir um erro da diretoria alvinegra. Mas ainda que se tenha isso em mente, é preciso dizer que o time do Parque São Jorge parece ter um pensamento diferente da maioria dos clubes brasileiros. Existe uma busca pela manutenção de treinadores por lá, que se iniciou com Mano Menezes que só saiu para a seleção brasileira, e a manutenção de Adenor mesmo com revezes que “justificariam” demiti-lo para a maioria dos torcedores e críticos.

Mesmo que o erro maior pareça ter sido da diretoria ao manda-lo embora, Tite não conseguiu fazer uma virada de ciclo que parecia ser necessária no elenco após serem campeões de tudo que podiam. O treinador não conseguia evoluir em sua visão do jogo, melhorar suas opções ofensivas e reformular o elenco.

Mas ao mesmo tempo que não conseguiu, fico pensando que não é culpa dele. Como um técnico brasileiro, acostumado a trocar de clube enlouquecidamente poderia ter essa habilidade de se reinventar e atravessar ciclos dirigindo um mesmo clube? A cultura do mercado em que está inserido não o ajudou a construir isso.

Porém, Tite pode voltar e ensinar muita coisa ao futebol brasileiro. Saiu, parou, estudou, preocupou em melhorar e voltou. Imaginemos que com o seu retorno venha uma melhora interessante da forma em que arma seu time, será que outros não pensariam em fazer o mesmo? Mas é papel da crítica especializada observar isso mesmo que os resultados não venham. Comparar sua última passagem apenas não ajudará em nada, já que, em termos de resultado, será muito difícil alcançar algo parecido.

Aguardo, ansioso, o novo trabalho do treinador, e espero que venha com novidades. Ele e Corinthians podem ajudar muito a mudar a cultura com que avaliamos, contratamos e demitimos técnicos aqui no Brasil. E ainda mais: se conseguir cumprir seus três anos de contrato, poderá romper a barreira de mudanças de ciclos à frente do mesmo clube. Ganhar, perder, reformular, alterar formas de jogo e seguir.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
Facebook.com/CampoeBola
Twitter.com/CampoeBola

Nenhum comentário:

Postar um comentário