quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ancelotti e Guardiola colocaram as cartas na mesa, e quem teve mais bala na agulha venceu...

Bayern de Munique 0-4 Real Madrid – Champions League:
 O maior artilheiro de uma Champions League, Cristiano Ronaldo! Monstro...

Jogos como este da semifinal entre Bayern e Real geram muita reflexão, é muito bom pensar futebol. Mas procuro sempre tentar não eleger vilões, nem verdades absolutas, justificativas para opiniões anteriores e muito menos falsas polemicas. E, claro, uma partida como essa tem sempre dois lados, e muitos aspectos. Não tenho a pretensão de abordar todos, me faltaria repertório. Mas ai vão alguns.


O primeiro, com certeza, é exaltar a vitória merengue. Real Madrid foi perfeito no confronto, dentro e fora de casa. Carlo Ancelotti tinha uma ideia muito clara para as partidas, segurar seu rival. E o fez com compactação de sua defesa. Quando Guardiola surgiu muitas foram as tentativas de pará-lo, no Barcelona, congestionando a entrada da área. Com excesso de jogadores, não foi o que o treinador italiano propôs. Em todos os momentos do jogo tinha pelo menos Cristiano Ronaldo e Benzema com pouca participação defensiva e dedicados a buscar o ataque, assim como Di Maria e Bale chegando pelos lados.

O “habitat natural” dos times de Guardiola é o espaço entre as linhas, era onde Messi trabalhava, e que deu origem ao desgastado e mal utilizado termo falso 9, e é onde o treinador procura explorar com os bávaros. Ancelotti negou esse espaço ao Bayern, formando duas linhas muito unidas de quatro homens, com Bale e Di Maria abertos, Xabi Alonso e Modric por dentro, formando o meio de campo. Mas se o objetivo era parar os alemães, a alternativa ofensiva também estava presente e foi aproveitada com máxima eficiência. Seis a zero no confronto, quatro gols de bola parada e dois de contra-ataques. Tinha um plano, tinha suas armas, e as utilizou com perfeição.

Mas o outro lado do confronto diz respeito ao Bayern e Pep Guardiola. É importante lembrar que não se pode comparar Bayern de Pep com Barça dirigido por ele. A sequência que teve no time catalão lhe dava muitas armas e alternativas, que no primeiro ano (!!!) à frente do super campeão alemão ainda não tem. Pep, assim como Ancelotti, tinha uma ideia para o enfrentamento, mas diferente do seu rival, não foi feliz. Se muitas vezes o futebol é decidido pelo acaso, esse não foi o caso (com a licença da rima). A vitória dos blancos foi categórica.

Nos dois jogos, Guardiola teve propostas diferentes. Na primeira partida, ao posicionar Lahm como primeiro volante, queria que seu capitão sobrasse no meio de campo para organizar o time de trás. Xabi e Modric bateriam com Kroos e Schweinsteiger, e Lahm só sofreria marcação de Benzema ou CR7, quando voltassem para marcar. Não deu certo. Na segunda partida, ao invés de ter um homem sobrando atrás a ideia era Muller ser o ponto de desequilíbrio. Alterou o 4-1-4-1 para um 4-2-3-1, Xabi e Modric continuariam o enfrentamento com Schwein e Kroos e agora Muler, centralizado na linha de meias, poderia sobrar atrás dos volantes e na frente dos zagueiros de Ancelotti. A compactação entre as linhas não deixou. Mais uma vez a proposta de Pep não foi feliz.

Interessante também que nas duas partidas, Guardiola melhorou o time no segundo tempo. O que abre a possibilidade de pensarmos que se tivesse iniciado de tal forma o resultado seria outro. Claro que é um “se”, e que os momentos do jogo eram diferentes, mas talvez sejam essas alternativas que ainda falte na relação Pep-Bayern. Na ida, ao colocar Javi Martinez para reforçar a defesa, passou Lahm para a lateral e junto com Alaba passou a atuar fechando no meio de campo, o time melhorou. Na volta, de novo com Javi segurando atrás, mas agora Lahm e Alaba espetaram nas pontas, Ribery e Robben passaram a fechar da ponta para o meio buscando os espaços “entre linhas”, também melhorou. Mas não resolveu.

Não existe formula mágica no futebol, e sim muitas maneiras de jogar. Guardiola não tinha enfrentado uma derrota tão categórica em sua carreira como técnico, mas sempre sofreu duras críticas quando os resultados não vinham. O principal confronto dessa Champions League nos mostra que existem diversas formas de se jogar, e nem só uma vence. Tenhamos todas essas formas em nossos arquivos, sem queimar possibilidades.

Felipe Xavier Pelin, gosta desse negócio chamado Futebol...
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